Durante o repouso ideal, a leptina (hormônio da sa- ciedade) aumenta, enquanto a produção de grelina (o hormônio da fome) diminui. A médica Lia Rita Bittencourt, do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que há um de- sequilíbrio na liberação dessas substân- cias e um acúmulo de tecido adiposo, também conhecido como tecido gordo. Segundo ela: "A falta de sono prejudica o metabolismo e a secreção de hormônios relacionados ao apetite".
Alterações hormonais
A falta de sono modifica, ainda, o ciclo circadiano dos hormônios, é motivo de irritabilidade, alteração sexual, enve- lhecimento precoce e a causa de alguns acidentes de trânsito. Tantos problemas levam a pensar que uma noite em que se sonha com os anjos faz um bem da- nado. "Para quem ainda não se conven- ceu, a insônia pode acarretar alterações hormonais, além de gerar grande ansiedade. Esta, por sua vez, é traduzida por um descontrole compulsivo do comer levando ao aumento do consumo de guloseimas e outros alimentos nocivos à saúde. Ao que tudo indica, a falta de sono é um fator de risco para a obesi- dade tão grande quanto os maus hábi- tos alimentares", justifica Rocha.
Qualidade de vida
Para se ter idéia, uma pessoa que dorme sete horas e consome 2.500 calorias durante as 17 horas restantes do dia pode reduzir 147 calorias dormindo uma hora a mais, em vez de ver tele- visão, por exemplo. Tal diminuição do número de calorias resultaria na perda de seis quilos em um ano. Realmente, uma perda e tanto.
por Gabryel Weikamp